Anedjib|Adjib|Hor-Anedjib|Hor-Adjib|Enezib foi o 6º faraó do Antigo Egito. Manetho o chamava “Miebîdós” e lhe creditava um reino de 26 anos, enquanto a Lista Real de Turim registra um implausível reino de 74 anos. Egiptologistas e historiadores atualmente consideram ambos exagerados e geralmente aproximam a duração em cerca de 8 a 10 anos.
Pensa-se que era filho de Den. Foi provavelmente o primeiro rei a usar o Nome-das-Duas-Damas na sua titularia real. Acredita-se que foi casado com Beterest, que tinha ligações familiares com os reis menfitas. Para os investigadores que não o consideram filho de Den, esta pode ter sido a forma de Anedjib alcançar legitimidade real, dado que no Antigo Egito a legitimidade dinástica era transmitida pelas mulheres – alguns pensam que, ao contrário disso, Beterest foi uma das esposas de Den.
Anedjib assumiu-se como rei do Alto e Baixo Egito, usando a dupla coroa (pschent), mas julga-se que não teria conseguido controlar as rebeliões que ocorreram nesta última região.
Seu túmulo é o de número 10 de Abidos, um dos menores construídos neste local, com câmara funerária feita em madeira; em compensação, as mastabas construídas durante o seu reinado são reveladoras de um certo requinte, como por exemplo a de Nebitka, provavelmente o seu vizir. Esta mastaba é considerada como antecessora da denominada Pirâmide de Degraus de Djoser da III Dinastia.
Seu sucessor foi Semempsés, que ordenou a retirada do nome de Anedjib das inscrições. O motivo para tal pode estar relacionado a uma usurpação do poder por parte de Semempsés ou com a hipótese do próprio Anedjib ter sido um usurpador, cuja memória se pretendia apagar.
Egiptologistas como Nicolas Grimal e Wolfgang Helck assumem que Adjib, sendo filho de Den e herdeiro de direito, pode ter ascendido ao trono um tanto quanto velho. Helck ainda aponta para uma questão incomum: todos as imagens de Hebsed de Adjib o mostram com uma notação de Qesen (“calamidade”) escrita nas escadarias do pavilhão. Possivelmente o fim de seu reinado foi violento.
Fonte: Wolfgang Helck: Untersuchungen zur Thinitenzeit. (Ägyptologische Abhandlungen, Volume 45), Harrassowitz, Wiesbaden 1987, ISBN 3-447-02677-4, p. 124, 160 – 162 & 212 – 214.